segunda-feira, 13 de junho de 2016

Roma - 13 junho 2016 – Coliseu, Palatino e Fórum Romano


13 junho 2016 – Roma – Coliseu, Palatino e Fórum Romano
 


Os nossos dias por Roma estavam rapidamente a chegar ao fim.

Acordamos bem cedo nesta segunda-feira para aproveitar bem o dia e visitar o máximo de locais possíveis para que o resto da família ficasse com uma imagem mais ou menos completa da cidade de Roma.

Segundo o planeamento efetuado anteriormente, parte deste dia foi destinado à visita ao Coliseu, ao Palatino e ao Fórum Romano. Estas atrações, das mais importantes de Roma, eram totalmente desconhecidas para nós, pois de ambas as ocasiões que estivemos na cidade não tivemos oportunidade de as conhecer. As filas para entrar eram demasiado grandes!

Foi precisamente por este fato que desta vez reservamos online os bilhetes, na tentativa de evitar as referidas filas que se formam, principalmente junto ao Coliseu.

A reserva (e compra!) pode ser efetuada através da Internet, no site da Rome Museum. À semelhança da compra dos bilhetes para os Museus do Vaticano a compra é intuitiva e muito fácil de efetuar. O pagamento é feito através de cartão de crédito e após o pagamento é enviado para o nosso email um voucher a ser trocado nas bilheteiras do Fórum Romano (Salaria Vecchia – Arco di Tito). Também neste caso tivemos de pagar uma taxa de 4€ por compra por Internet. Mais uma vez julgamos compensar face ao jeito que dá passar à frente na fila para a compra dos bilhetes.

O Fórum visto da rua



Foi, pois com muita expectativa que apanhamos o autocarro até à Piazza Venezia e trocamos o nosso voucher pelos bilhetes. Contrariando a nossa ideia inicial e ao ver que todas as pessoas à nossa frente optavam por visitar primeiro o Fórum deixando o Coliseu para mais tarde, fomos logo para o Coliseu para “despachar” a visita ao local mais complicado. A nossa ideia é que ao longo do dia vai ficando cada vez com mais pessoas na fila, já que apenas permitem a visita simultânea a 3.000 pessoas.

Chegamos à entrada do Coliseu e ainda fomos abordados por uma guia brasileira para fazer um tour completo com ela por 30€ por pessoa (baixava para 18€ porque já tínhamos bilhetes!) mas não aceitamos e apesar de a fila já estar algo longa, pouco tempo demoramos a passar pelos controlos de segurança e entrar finalmente no Coliseu.

Erguido durante a dinastia Flaviana, o Coliseu foi uma cartada política do imperador Vespasiano. Segundo rezam as cronicas da altura o povo não estava muito feliz com o governo, tudo por culpa de Nero, que tinha governado Roma alguns anos antes. Para relembrar a memória dos mais esquecidos, naquela época Roma foi destruída pelo fogo – incêndio que começou, garantem as más-línguas de serviço, por ordem de Nero.

O Imperador resolveu ocupar uma das áreas destruídas pelo incêndio com um enorme palácio, o que fez com que a teoria tivesse ainda mais lógica. O resto é história: Nero matou-se, Roma entrou em crise e vários imperadores nem aqueceram o trono que logo eram assassinados. A natureza na corte romana sempre funcionou muito bem, senão dava-se uma ajudinha!


Até que entrou em cena Vespasiano. Como pessoa extremamente inteligente que era, preparou um plano para tornar o seu governo popular, assente em 2 bases: guerra e entretenimento, necessariamente por essa ordem. Foi durante o governo de Vespasiano que Roma esmagou a rebelião dos judeus, invadindo Jerusalém. Os Romanos destruíram o templo e saquearam o ouro dos judeus. Para celebrar a vitória e como estava com os bolsos cheios do produto do saque, Vespasiano resolveu construir um grande anfiteatro, espaço para diversão, espetáculos e matanças, enfim, tudo aquilo que ele sabia que ia acalmar o povo.





Foi dessa forma que ele jogou a cartada decisiva: mas havia melhor local que a área que Nero tinha “reservado” para o seu palácio, logo depois do incêndio? O anfiteatro começou então a ser construído em 72 d.C e foi concluído em oito anos, com a “preciosa” ajudinha de dezenas de milhares de escravos, entre eles, muitos judeus.







O nome oficial da mais famosa arena multiusos romana era Anfiteatro Flaviano, uma homenagem à dinastia que ergueu, inaugurou e ampliou a construção (Vespasiano, Tito e Domiciano). Mas e o nome Coliseu, de onde vem? A ironia tem destas coisas, vem de Nero, pelo menos segundo a teoria mais popular. É que existia uma enorme estátua do antigo Imperador, o Colosso de Nero, que ficava localizada na entrada do Coliseu. Os séculos foram passando, a estátua desapareceu, mas o nome Colosseum foi ficando e acabou por “batizar” a arena.







Durante quatro séculos, tudo seguiu conforme o planeado no Coliseu. Ora era um banho de sangue para lá, matanças quase diárias para cá, enfim, tudo conforme o que tinha sido planeado. Durante esse tempo, a busca romana por animais selvagens para serem exibidos no Coliseu acabou com algumas espécies no norte da África. Até que, para sorte dos animais, o Império ruiu. E o Coliseu foi atrás!

Vários terramotos, incêndios e roubos quase derrubaram o Coliseu (2/3 da fachada original foram perdidos para sempre!). Já durante a Idade Média e sem qualquer uso, o Coliseu transformou-se numa espécie de pedreira. Muito do material usado na construção de diversas igrejas de Roma foi retirado das ruínas do anfiteatro. Provavelmente também foi esse o destino da estátua de Nero que referimos anteriormente, pois a mesma deixou de ser citada nos diversos registos históricos durante a Idade Média.

O Coliseu só não desapareceu completamente porque a Igreja, por volta do século 17, achou por bem defender que o local deveria ser motivo de peregrinação e respeito, afinal inúmeros cristãos teriam morrido ali. Hoje, quase dois mil anos depois de Vespasiano ordenar o começo das obras, o Coliseu é um dos monumentos mais visitados do mundo e uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.





Mas o Coliseu tem ligadas a si muitas histórias e lendas, umas talvez sejam verdade outras certamente são falsas, mas todas elas com alguma criatividade e imaginação que nos deixam a pensar. Como esta que encontrei na leitura de um blog: para não morrer nas garras de animais selvagens, 29 prisioneiros fizeram um pacto de morte entre si. Eles matar-se-iam uns aos outros, nas celas da prisão, minutos antes do inicio do espetáculo.

Em quase dois mil anos, o Coliseu assistiu ao passar de muita história e muitas histórias, como referido anteriormente. Muito sangue também foi derramado na sua arena. Cerca de 500 mil pessoas e um milhão de animais selvagens morreram dentro das paredes do anfiteatro, segundo as estimativas mais credíveis dos historiadores. O Coliseu foi cenário para todo tipo de entretenimento: batalhas de gladiadores, execuções, lutas de homens contra animais selvagens e até, acreditem se quiserem, batalhas navais, quando a arena era enchida com água e o povo participava em duelos até a morte dentro de navios. Tudo isso para a alegria de 50 mil espetadores, claro. Como disse alguém: só faltavam as pipocas!




Infelizmente o nosso tempo em Roma era curto e apesar da vontade de continuarmos no Coliseu por muito mais tempo, deambulando por lá, tentando imaginar como seria o ambiente! o que pensariam os gladiadores antes de entrar em ação!, etc; tivemos que sair pois temos que ter em mente que a visita ao Coliseu é parte de algo muito maior. O anfiteatro está ao lado do Fórum Romano, coração da antiga Roma, e do Palatino, casa dos imperadores. O bilhete, tal como sabem dá acesso aos três monumentos. Se tivéssemos mais tempo teríamos visitado os 3 monumentos em 2 dias (os bilhetes são validos para 2 dias!), mas como não tínhamos tivemos de partir para o Palatino, logo de seguida.

Ainda tivemos tempo para tirar umas fotos ao Arco de Constantino. Hoje em dia ainda existem quatro grandes arcos antigos em Roma, e três deles são triunfais: o Arco de Constantino, o Arco de Tito, o Arco de Septímio Severo; e o quarto arco (o único não triunfal) é o Arco de Giano.





O Arco de Constantino está localizado praticamente ao lado do Coliseu e mesmo em frente ao acesso à Via Sacra do Fórum Romano.

Assim como a Coluna de Trajano, o Arco de Constantino foi totalmente esculpido como formar de narrar os gestos heroicos da vitória de Constantino I contra Maxêncio na batalha da Ponte Mílvia, em 312 d.C.

Nessa época o império romano estava dividido. Maxêncio era o imperador de Roma, e Constantino I o imperador da Gália, Bretanha e Hispânia.

Em 315 d.C., o Senado Romano resolveu construir o arco em homenagem a essa vitória. É importante ressaltar que o arco foi posicionado exatamente no local onde eram realizados os desfiles triunfais na Roma antiga, que terminavam com uma comemoração na colina Palatino.



Subimos a Via Sacra em direção ao Fórum Romano, onde encontramos novamente uma fila (pequena!) para o controlo de segurança. Ao entrarmos tínhamos de decidir: começar por onde ou por qual? Decidimos começar pelo Palatino.

O Monte Palatino é uma das sete colinas de Roma e faz parte do seu conjunto arqueológico mais relevante, juntamente com o Coliseu e o Fórum Romano.

Para nós a visita ao Palatino representou uma agradável surpresa, já que por entre as sombras proporcionadas pelo seu abundante arvoredo, a espantosa vista que proporcionava para outros monumentos como o Circo Massimo, o Fórum Romano e até o Coliseu, fomos brindados com uma riqueza histórica porque afinal ali viveram alguns dos imperadores de Roma.

Após entrarmos caminhando pelo lado esquerdo chegamos ao Estádio, que faz parte do complexo Severiano, cuja construção se deve ao imperador romano Septímio Severo.




A utilização deste espaço não está muito claro, o nome estádio indiciária que o espaço seria utilizado para a prática de desportos mas as placas que podemos encontrar no local referem o espaço como sendo um jardim do palácio do imperador. Ainda assim, chegamos à conclusão que alguns guias explicam que servia para as duas funções.

Ao lado deste podemos encontrar as ruínas da Domus Severiana e das termas.






Nesta zona existe um miradouro que nos permite ver o Circo Massimo, outra grandiosa arena utilizada para eventos de entretenimento para o povo romano entre eles a popular corrida de quadrigas. E desse mesmo local, olhando para a nossa direita podemos ver ao longe a cúpula da Basílica de S. Pedro no Vaticano.







Daqui seguimos para a Domus Augustana que está localizada junto ao Museu Palatino. Era o palácio privado do imperador Augustus e tinha vista para o Circo Massimo. Pensa-se que foi construído em dois níveis para seguir a inclinação do monte e seria provavelmente o maior edifício da colina.





 

Ao lado da Domus Augustuna podemos encontrar a Domus Flavia, a parte pública do palácio imperial e onde estaria por exemplo a sala do trono. Ao centro podemos ver uma parte plana com uma construção octogonal, era a fonte localizada no pátio principal e o ponto mais central do palácio. À sua volta estariam as colunas que fazem parte do Peristilo e de que ainda se podem ver vestígios.





Podemos também ver vestígios das Casas de Augustus e Livia. Mais adiante chegamos á Horti Farnesia, um elegante jardim construído no século XVI por cima da Domus Tiberiana. Foi o Cardeal Alessandro Farnese que ordenou a construção daquele que poderá ter sido um dos primeiros jardins botânicos da Europa.




Terminamos a nossa visita junto a um miradouro que oferece uma excelente vista para o Coliseu e o Arco de Constantino.





Apesar do cansaço já evidenciado pela Beatriz optamos por completar a visita ao Fórum Romano ainda de manha, pois já tínhamos outros planos para a tarde. Pode parecer algo estranho conseguir ver 3 locais tão ricos apenas numa manha, mas não havendo mais tempo tem mesmo que ser. Nestas situações a experiência ganha com os cruzeiros e com as escalas curtas vem ao de cima. Fazer valer as prioridades e começar pelas prioridades mais importantes e ir descendo na lista.






Voltando ao tema, entramos no Fórum Romano com este apinhado de turistas (alguns eram cruzeiristas pois vi alguns autocolantes de companhias de cruzeiros!).
 

A entrada no Fórum, feita passando novamente pela Via Sacra – principal rua da Roma Antiga, lugar onde eram celebradas as vitórias dos generais – é triunfal, passando pelo “Arco de Tito”. Este monumento foi criado para celebrar a vitória dos romanos sobre os judeus, em Jerusalém, em 81 d.C. Se observarmos o interior do arco, há desenhos de produtos que foram trazidos de Jerusalém, inclusive alguns objetos sagrados para o judaísmo.

E começamos a descer o Fórum pelo lado direito a partir do Arco de Tito. O primeiro local já é um dos mais impressionantes, a “Basílica de Constantino e Maxêncio”. É uma das ruínas mais bem preservadas e era o maior edifício do Fórum. De salientar que antigamente a basílica era o local usado para administração de justiça. A sua construção começou por Maxêncio em 308 d.C. e continuou no regime de Constantino. Para completar a Basílica, existia uma grande escultura de Constantino naquele local, mas atualmente a grande cabeça, pé e mão que sobraram da escultura estão nos Museus Capitolinos, ali bem perto.



De seguida encontramos o “Templo de Romolo”, de forma circular e portas de bronze. Hoje este templo abriga a Igreja de São Cosme e Damião cuja entrada é feita pelo lado oposto por fora do Fórum.



Um pouco mais à frente chegamos ao “Templo de Antonino e Faustina”, criado em 141 d.C. por Antonino para a sua esposa Faustina. No século XI, o local foi transformado numa igreja.






Virando à esquerda passamos pelo “Templo a Júlio César” construído em 44 a.C. no local em que o mesmo foi cremado após seu assassinato. Seguimos até o fim dessa rua e chegamos ao “Templo de Castor e Pólux”, do qual restam apenas três colunas. Este templo foi o primeiro do Fórum Romano (484 a.C.) e estava dedicado aos gémeos patronos da equitação.





Viramos à esquerda em direção a “Casa das Virgens Vestais”, passando pelo “Templo de Vesta”. Segundo as cronicas da época seis virgens tinham que manter aceso o fogo dentro do templo – fogo que representava a chama sagrada da Vesta, a deusa do fogo – sem nunca deixá-lo apagar. Se alguma vestal deixasse o fogo apagar, era chicoteada e repudiada pela sociedade. As virgens eram escolhidas quando eram crianças e tinham que se manter assim por mais 30 anos. Se alguma delas perdesse a virgindade nesse tempo, era enterrada viva! Toda vestal morava na Casa das Vestais. Era um lugar enorme, com três andares. Algumas esculturas das vestais adornavam o local.





Voltamos pela rua da Casa Vestal e seguimos até à “Basílica Giulia”, criada por Júlio César em 54 a.C. Ali ficavam os “advogados” da época que julgavam os casos de direito civil da cidade de Roma. Existiam quatro tribunais que estavam separados por telas e cortinas apenas. Por isso eram contratados homens para aplaudir os sucessos e vaiar os oponentes. É interessante verificar que esses homens, enquanto ficavam ali à espera passavam o tempo a jogar pois há rabiscos de tabuleiros nos degraus.




No final desta rua encontramos o “Templo de Saturno” (a verdade é que apenas oito colunas sobreviveram). Saturno era um deus muito venerado em Itália e era especialmente do agrado dos escravos e das classes mais baixas. Durante a semana de aniversário do deus (em dezembro), a ordem social era invertida, os escravos bebiam e comiam, os tribunais e escolas eram fechados e ninguém podia ser julgado. Ali ao lado, existem três colunas do “Templo de Vespasiano”.





Ao lado destes templos, podemos encontrar o “Arco de Sétimo Severo” que foi construído em 203 d.C. para comemorar o décimo aniversário da ascensão do imperador Sétimo Severo. No alto dá para reparar que existem uns buracos na inscrição. Isto acontece porque o original tinha o nome dos dois filhos do imperador: Caracallas e Geta. Mas na guerra pela subida ao trono, Caracallas matou o irmão e tirou o nome deste do arco. É… mais um exemplo da história de Roma, sempre com muito sangue!




E assim terminamos a visita, passando pelos principais locais do Palatino e do Fórum Romano.

Deixamos aqui um vídeo da nossa visita desta manha:




Começamos então à procura de um local para almoçar pois já não era nada cedo e a tarde ainda prometia ser longa.







Acabamos por decidir experimentar uma Pizzaria junto à Piazza Venezia, La Fontana Pizzeria.

A comida não estava nada de especial mais foram rápidos a servir, tinham a comida exposta facilitando a vida a quem gosta de “comer com os olhos”.

Mais uma vez as escolhas variaram entre pizzas, massas e frango assado.






Um grande senão é que a comida, por vezes, é aquecida no micro ondas. Não se justifica face ao preço pago! Claro que tudo isto podia ser feito às escondidas e se calhar o cliente nem dava por ela, mas … longe da vista, longe do coração!

Apenas recomendamos esta pizzaria caso seja para uma refeição rápida e não se pretenda requinte no serviço.

A conta foram cerca de 60€, o que foi muito para o que comemos e bebemos!

A tarde foi passada nas Basílicas Papais, mas isso é tema para mais tarde.

Até já…


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